
Vim para Lisboa há 15 anos. Sou da província, portanto, mas conheço bem a realidade da vida urbana, desde a loucura estudantina aos tempos do “desenrasca-te sozinha e paga as tuas contas que é assim que tem de ser”.
Já gostei mais de viver nesta cidade, principalmente na fase do deslumbramento por tudo aquilo que ela tem para oferecer a quem dela pode desfrutar. Também já gostei menos dela, quando andava de transportes todos os dias e me confrontava com as caras miseráveis das 7h da manhã e depois com as caras furiosas das 6h da tarde.
Neste momento já não gosto nem deixo de gostar. Tenho uma vida confortável, moro numa zona privilegiada, mas certo é que a sedução da grande cidade já pouco me diz, certo é também que faz muito que não me encontro com ela à noite, mantenho-me por cá porque ela me sustenta. Passo por ela despercebida, quase já nem a olho. Entrei no marasmo lisboeta e apenas sobrevivo na cidade.
Talvez por culpa minha, talvez por culpa da vida, talvez por culpa de Lisboa.
O meu casamento com Lisboa tem 15 anos. Passei a fase do enamoramento e da paixão, passei pela lua de mel da descoberta e do fascínio, ultrapassei as zangas e as adversidades, cheguei à fase da monotonia e da indiferença. Nos fins de semana escapo-me, vou namorar uma antiga paixão, depois volto, infeliz por regressar, mas também conformada. Penso muitas vezes no divórcio! Estou só a ganhar coragem.
Deixo na marcha a marca doce
Dum passo alegre por voltar
Na outra margem, sou feliz
Invoco a Terra, campo em flor
Um mau olhado por Lisboa
Rio da sorte e maus caminhos
Linha entre a dúvida e o desejo
Pão tão difícil
Incerteza, d´amanhã
Vou no vapor da madrugada
A minha estrada vai prò Sul
Dá-me um abraço d´encantar
Volto para o fundo dum olhar
Meiga paixão ao Sol do Estilo
Rubra papoila fugidia
Encontro certo no trigal
Nada me prende, vou-me embora
Vou prò Sul...
Vitorino
Sul
Já gostei mais de viver nesta cidade, principalmente na fase do deslumbramento por tudo aquilo que ela tem para oferecer a quem dela pode desfrutar. Também já gostei menos dela, quando andava de transportes todos os dias e me confrontava com as caras miseráveis das 7h da manhã e depois com as caras furiosas das 6h da tarde.
Neste momento já não gosto nem deixo de gostar. Tenho uma vida confortável, moro numa zona privilegiada, mas certo é que a sedução da grande cidade já pouco me diz, certo é também que faz muito que não me encontro com ela à noite, mantenho-me por cá porque ela me sustenta. Passo por ela despercebida, quase já nem a olho. Entrei no marasmo lisboeta e apenas sobrevivo na cidade.
Talvez por culpa minha, talvez por culpa da vida, talvez por culpa de Lisboa.
O meu casamento com Lisboa tem 15 anos. Passei a fase do enamoramento e da paixão, passei pela lua de mel da descoberta e do fascínio, ultrapassei as zangas e as adversidades, cheguei à fase da monotonia e da indiferença. Nos fins de semana escapo-me, vou namorar uma antiga paixão, depois volto, infeliz por regressar, mas também conformada. Penso muitas vezes no divórcio! Estou só a ganhar coragem.
Deixo na marcha a marca doce
Dum passo alegre por voltar
Na outra margem, sou feliz
Invoco a Terra, campo em flor
Um mau olhado por Lisboa
Rio da sorte e maus caminhos
Linha entre a dúvida e o desejo
Pão tão difícil
Incerteza, d´amanhã
Vou no vapor da madrugada
A minha estrada vai prò Sul
Dá-me um abraço d´encantar
Volto para o fundo dum olhar
Meiga paixão ao Sol do Estilo
Rubra papoila fugidia
Encontro certo no trigal
Nada me prende, vou-me embora
Vou prò Sul...
Vitorino
Sul