Monday, December 31, 2007

Esta noite

Este ano não te vou beijar à meia noite. Não vou tecer desejos de vida a dois enquanto como as passas das doze badaladas. Aliás, este ano não vou comer passas, nunca gostei delas e já não tenho 12 desejos.
Esta noite não vamos brindar ao nosso amor e não vamos dizer "amo-te". Não vamos abraçar-nos e entre nós não haverá proximidade, muito menos química.
Esta noite tenho apenas um desejo: libertar-me do passado e ser capaz de perdoar.
Para ti tenho apenas um voto: que deixes de ser egoísta. ... Ah, sim, e que sejas feliz.

Sunday, December 30, 2007

O passar do tempo

Já comemoramos todos os aniversários possíveis e imaginários, o do nosso nascimento, o do nascimento dos nossos amigos e familiares, o de fim de faculdade, o de namoro, o de casamento e até o de divórcio em alguns casos. Não chega? Por que raio havemos de comemorar o fim de um ano e o começo de outro?
Sim, ok, estamos vivos, é bom sinal, já todos sabemos. Temos saúde também, é o principal. Acumulámos experiências, que bom, que crescidinhos que estamos!
Mas porra, é só mais um ano, mais umas rugas, menos paciência, mais esperanças goradas, mais desilusões, mais luta, mais cabelos brancos, é só mais um ano, menos um para o fim.
É pessimista, eu sei. Mas que se lixe, quando chegamos aos "intas" adquirimos o pleno direito de dizermos o que pensamos sem medo de sermos recriminados. E se amanhã mudar de ideias, também é um direito que me assiste. Além disso, sei que haverá momentos bons, acontecimentos memoráveis, concretizações e sucessos, assim como esforços que vão valer a pena.
Mas na realidade acho mesmo é que não perdemos uma oportunidade para uma boa farra.
Seja: Feliz 2008

Saturday, December 29, 2007

A diferença entre o amor e o altruísmo...

... é que no amor, quando se dá sem se receber de volta é porque algo de errado se passa, ou com a auto estima de quem dá, ou com o umbigo de quem recebe.

Wednesday, December 26, 2007

Sem título

Sabes que estou zangada.
Sabe-lo melhor do que ninguém porque o sentes na pele. Melhor, na alma.
Sei que estou zangada porque não consigo responder-te de outra forma que não atacando-te.
Não o faço propositadamente, apenas cada vogal ou consoante que proferes, cada gesto ou atitude me desponta uma farpa que desejo cegamente enterrar no mais fundo do teu ser. Devolver-te, em forma de haste implacável e afiada, toda a dor que semeaste em mim.
A verdade é que foste tu quem semeou essa dor, mas fui eu quem a regou e a fez crescer, por isso não sei com quem estou mais zangada, se contigo, se comigo mesma.
Verdade maior é que os ataques que te desfiro me doem mais a mim do que a ti, ignorante das verdadeiras motivações do meu espírito. Nunca percebeste. Nunca vais perceber verdadeiramente.
O pior é que a culpa não é tua. Estás simplesmente a ser quem és, não sabes melhor. A culpa é minha, que quis que fosses outra pessoa. Tu falhaste porque és cego, eu falhei muito mais porque não quis ver.
Espero perdoar-te um dia mas tenho um longo caminho pela frente, até chegar àquele sítio mais íntimo e profundo, onde me perdoarei a mim própria.

Sunday, December 23, 2007

O fantasma dos Natais passados

Este Natal marca uma viragem na minha vida, ou melhor, um regresso ao que eram todos os natais até há três anos atrás. Tristes e vazios.
O Natal é sobre amor, entre outra coisas, mas sobretudo sobre amor. O amor de Jesus pelos homens, o amor à família, o amor ao próximo, enfim...
A mim, o Natal faz-me sempre pansar no amor que não tive, que não tenho, que não dei, ou que não recebi.
É uma perspectiva egoísta, eu sei, mas não consigo evitar sentir-me triste e vazia nesta época do ano.
Há três anos experimentei pela primeira vez o espírito do Natal. Estava feliz, sentia-me amada e sentia amor por alguém. Não houve ponta de tristeza, de melancolia, e efectivaamente deixei-me contagiar pela magia, pelos rituais, pelo significado. Conseguia mesmo imaginar-me nos Natais subsequentes sempre cercada de amor, de harmonia, de entusiasmo, e cheguei até a sonhar com o meu próprio Natal, um Natal conjugal que haveria um dia de incluir crianças.
Este ano vai ser tudo como antes. De regresso à tristeza, à melancolia e ao vazio. À falta de paciência para os filmes de sempre, ao querer que o tempo passe depressa para que tudo acabe logo e se regresse à vida normal.
Bem sei que a minha perspectiva nada tem a ver com o verdadeiro significado do Natal, mas é efectivamente assim que o vejo. Este ano, em vez de entregar o meu coração a alguém especial (como dizia o outro), queria mesmo era ficar na minha casinha, sozinha, de mantinha nos joelhos e aquecedor ligado e esperar que todo o tormento acabe, para que finalmente possa sair para tomar café e que os cafés estejam realmente abertos, como em todos os outros dias do ano.

Este Natal marca uma viragem, uma viragem que espero conseguir fazer sem meter a marcha atrás e procurando evitar mais estragos do que aqueles que já estão feitos. Mas a tristeza e a melancolia (muito amigas da mágoa e do ressentimento) não me irão facilitar a vida.

Wednesday, January 10, 2007

Hoje recebi um e-mail que dizia isto:

“Daqui a cinco anos você estará bem próximo de ser a pessoa que é hoje, excepto por duas coisas: os livros que ler e as pessoas de quem se aproximar.”
Charles Jones

Acho que há muito mais coisas na vida que nos marcam, mas não posso deixar de concordar inteiramente com esta citação (a parte que se refere aos livros vou deixar para uma próxima oportunidade).
Ontem o Esplanando escreveu este post. Todos procuramos companhia, sim. Faz parte da natureza humana, até da natureza animal, inquestionável.
E não vou discutir que a solidão é algo que cada vez mais caracteriza as sociedades modernas e que transforma o indivíduo e as suas acções, é um dado adquirido.
Compreensão, aceitação, disponibilidade, são coisas que todos procuramos, o que marca a diferença são as pessoas que estão do outro lado, e essas eu gosto de pensar que podemos escolher, pelo menos as mais importantes.

Tuesday, January 9, 2007

Perdida....

... é como me sinto! Ou então estou a enlouquecer.
Algo cá no fundo me diz que isto não é suposto ser assim.
Viemos parar a este sítio e agora olho em volta e não o reconheço como o lugar para onde eu queria ir. Acho que também não é onde tu queres estar.
Será que por não termos um caminho comum nos perdemos algures?
Será que quero sair daqui sem ti?
Ou tu sem mim?