Wednesday, January 16, 2008

Home, (bitter)sweet home

Estava eu assumidamente à espera que me batesses à porta! Acabei por ser eu que bati à tua. Quando menos esperavas, no momento mais importante. E nem eu sabia que haveria de o fazer. A vida tem destas coisas não é?
Batemos com a porta por várias vezes. Já fechámos janelas, já abrimos frestas, já entrámos e já saímos.
Agora nem sabemos bem se havemos ficar do lado de dentro ou do lado de fora. Já reparaste que, regra geral, um de nós sabe sempre o que fazer? Desta vez é diferente não é?
Pois… de facto desta vez não estás no melhor canto do sofá. Aí, onde te sentas agora, não é tão confortável pois não? Bem sei, sentei-me aí muitas vezes. Lamento sabes? Lamento mesmo, por tudo.
E lamento não conseguir arrumar a casa e deixá-la a brilhar, como sempre fiz. Sei que estás a esforçar-te para seres tu a fazê-lo desta vez. Não te esqueças de sacudir as almofadas e endireitar com carinho os lençóis no meu lado da cama.
Sim, desta vez é muito diferente. A mobília mudou de lugar. Aliás, esta mobília é outra! não é a nossa pois não? Não é aquela que conhecíamos e que nos permitia identificar este espaço como sendo o nosso.
O nosso refúgio era seguro desde que nada se alterasse...
É verdade. Muito do que era se alterou. Já não sabemos onde estão as nossas coisas. Sabemos que elas existem, no entanto.
Onde será que foram parar as nossas coisas?
Vá, anda, eu ajudo-te a procurar.

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